140 / 10 = 14
1280 / 10 = 128
25840 / 10 = 2584
Aqui você vai encontrar dicas e textos para lhe ajudar em matemática.
Alguns jornais brasileiros publicam a coluna semanal de Pasquale Cipro Neto, conhecido professor e autor da área de Língua portuguesa. Um de seus artigos do ano 2000 tratou daquilo que ele apelidou de “portumática”, isto é, da expressão de idéias matemáticas na língua usada em nosso dia-dia. Foram comentados alguns casos saborosos, nos quais a maneira de falar ou escrever agride a lógica e a Matemática. Vejamos alguns exemplos:
(...) O repórter faz uma matéria sobre preços. Vai a uma loja e constata que lá a mercadoria custa R$ 90,00. Em outra loja, custa R$ 30,00. Incontinenti dispara: “Na segunda loja, o produto custa três vezes menos”.
Pois bem. Se custasse uma vez menos, já custaria zero, é claro. Portanto, se aqui custa x e lá custa três vezes menos, o cidadão não põe a mão no bolso e, ainda por cima, sai da loja com o produto e com dinheiro suficiente para comprar mais dois.
Percebeu o que ocorre? Na loja que vende por menos, o produto custa um terço do que custa na outra, e não três vezes menos. Afinal, 30 é 1/3 de 90, e não três vezes menos. Naquela em que custa R$ 90,00, custa o triplo, e não três vezes mais. Se custa três vezes mais, seu preço é R$ 120,00 (30 + três vezes 30). É por isso que só se pode rir quando se ouve que algo diminuiu 150% ou que em outro lugar tal coisa custa x vezes menos.
Um outro comentário refere-se a uma questão de exame vestibular que se tornou famosa. Perguntava-se quanto é o quadrado de 10%. Vejamos:
Antes de ser de Matemática – ou Física, Química, Biologia -, qualquer questão é de texto. Os apressadinhos ou distraídos vão logo dizendo que a resposta é 100%. Afinal, o quadrado de um número é ele multiplicado por ele. Esquecem-se de um detalhe lingüístico-matemático: 10% é diferente de 10. A preposição “por” da expressão “por cento” estabelece a idéia de relação, ou seja, 10% significa 10 em relação a 100, que, como se sabe, equivale a 1/10 (um décimo). Então o quadrado de 10% é o quadrado de 1/10 (um décimo). Faça a conta, o resultado? 1/100 (um centésimo) 1 em relação a 100, ou seja 1%.
Muito bem! A capacidade “de raciocínio lógico ou de algo equivalente” deve ser valorizada por que é necessária por toda nossa vida. Essa capacidade é desenvolvida não só pelo aprendizado da Matemática, mas também pela leitura, analise e produção de textos. E um bom exemplo de analise de texto é o próprio texto do artigo aqui apresentado.
E você, internauta? Sua capacidade de raciocínio lógico foi estimulada por esse texto? Que tal fazer um teste? Basta responder três questões. Mas cuidado! São três questões “espertas”!
Em breve veremos como se saiu no teste.
Fonte: Matemática para todos, 2. ed. Luiz Márcio Imenes & Marcelo Cestari Lellis. São Paulo: Scipione, 2006.
Fonte: Matemática pensar e descobrir, Giovanni & Giovanni Jr.
É lógico estudar lógica?
A lógica trata das formas de argumentação, das maneiras de encadear nosso raciocínio para justificar, a partir de fatos básicos, nossas conclusões. A lógica se preocupa com o que se pode ou não concluir a partir de certas informações.
Em matemática nós raciocinamos logicamente. Entretanto, não é só em matemática que isso acontece. Advogados, policiais, detetives e homens de negócios também utilizam, em seus trabalhos, noções de lógica.
E nós nas mais diversas situações, também exercitamos o raciocínio lógico.
Observe:
Ø Se o carro de Rubens Barrichello não quebrasse, ele ganharia a corrida.
Ø Se chover, não precisamos regar a horta.
Ø Se o filme não fosse tão chato, eu não teria dormido no cinema.
Mas é na matemática que, com maior freqüência, somos levados a apresentar conclusões como conseqüência lógica de determinados fatos, admitidos inicialmente. Você está acostumado a lidar com frases como:
Ø Se um triângulo é eqüilátero, então cada um dos seus ângulos mede 60º.
Ø Se a soma dos algarismos de um número é divisível por 3, então esse número é divisível por 3.
Observe que essas sentenças matemáticas são geralmente construídas desta forma:
“Se isto é verdade, então aquilo também é.”
Estudar matemática pode ser um permanente exercício de lógica, pois a cada afirmação que fazemos, por mais complicada que pareça, pode sempre ser justificada a partir de outras mais simples, encadeada adequadamente.
Fonte: Vivendo a Matemática, Lógica? É lógico! Nílson José Machado.